Uma grande diferença do Bitcoin em relação ao sistema bancário é que para o cidadão comum o saldo na conta do banco pode ser convertido em papel moeda, assim o número na tela não é apenas um número qualquer, é uma representação de quanto em papel moeda o banco lhe deve.
Mas isso também não é verdade. O saldo na conta do banco pode não pode ser convertido em papel moeda, porque não existe papel moeda suficiente para converter todo o saldo. Alguns poucos sortudos (3 a 5%) que chegarem primeiro poderão converter seu saldo em papel moeda. Depois disso o papel moeda acaba, e vc só tem o número na tela! A relação entre o número na tela e o saldo é uma mera promessa que só pode ser cumprida se ninguém duvidar dela!
Essa é a grande diferença, e vantagem do Bitcoin: O saldo de sua wallet EXISTE
realmente (dentro do blockchain). Já o saldo de uma conta bancária NÃO EXISTE, na medida em que, como o girino apontou, caso haja uma "corrida aos bancos" muita gente vai ficar a ver navios.
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Já o numero na tela das wallets Bitcoin representa o que ?
A resposta pra essa pergunta depende de quão fundo se quer ir na toca do coelho ...
1BTC vale 1BTC, sempre valerá 1 BTC... independente de seu
preço em qualquer eventual mercado. E quando a wallet mostra um "saldo" de X BTCs, ela não está fazendo nada mais que isso: informando que seu possuidor "tem" X BTCs. O bitcoin não precisa representar qualquer outra coisa para ter
valor. Seu valor vem de sua utilidade: se eventualmente pode ser convertido em dólar, ouro, feijão, ou serviços, por exemplo, esse "preço de conversão" não representa o bitcoin, e nem é representado pelo bitcoin, é apenas um preço, uma cotação dada pelo mercado em específico. O número apresentado na wallet representa nada mais nada menos que a própria criptomoeda ali controlada.
Mais cedo ou mais tarde a humanidade vai pular nessa toca do coelho e a evolução das criptomoedas será uma realidade sem retorno. Algum dia no futuro alguém vai tentar entender as curiosas sociedades do passado que aceitavam como dinheiro meros pedaços de papel pintado, e dependiam de
banqueiros para que esse dinheiro de papel pudesse efetivamente circular.