Ainda noutro dia discutia essa possibilidade com um amigo e até cheguei a escrever um artigo sobre a criação de uma criptomoeda portuguesa parecida ao Aurora Coin e ao Scotcoin, podíamos ser dos primeiros a implementar o uso de uma criptomoeda e também da cadeia de blocos para sectores como a justiça ou os correios.
E convencer essa gente a usar? Ainda agora se discute uma coisa tão basica como cobrar impostos às casas de jogos que têm cliente em Pt.... :S
Estás correcto mas a maior questão nem é convencer as pessoas a usarem.
Isto é como o tabaco vs marijuana: o que torna um legal e o outro ilegal, é somente o estado não ir buscar impostos ao último.
Assim, aqui trata-se apenas o problema de taxar algo não material, como uma cryptomoeda ou jogo.
O que mais dificulta a taxação é precisamente a natureza descentralizada da mesma.
Na moeda papel, sabe-se exactamente quanto foi impresso pela (Santa) Casa da Moeda, quem no BCE ordenou a impressão, etc, etc.
É uma das ferramentas anti-inflação.
Com isso sabem exactamente quantas moedas andam em circulação e quais foram usadas onde.
Atenção, estou somente a descrever um sistema monetário que apesar de retrógrado, é o que estamos obrigados (e já basta termos perdido um dos símbolos de identidade nacional...).
É com base neste sistema que se cobram impostos, se combate a fraude e evasão fiscal e supostamente (bela desculpa...) se combate o terrorismo.
Tiras esse poder a um estado com a descentralização e é o suposto descalabro.
Uma ideia seria, tal como pagamos um "imposto" para cada nó nas transacções, acrescentar um "imposto" a essas mesmas movimentações de capital.
Seria algo semelhante ao IVA, se virmos bem.
Mas isso implicaria o estado abdicar de muitos dos impostos actualmente existentes bem como das formas de controlo e vigilância.
Mais uma vez, atenção!!! com um bocado de imaginação conseguia implementar-se uma moeda criptográfica sim.
Mas eles não estão lá para imaginar.
Além disso, os bancos teriam todos de repensar o seu modelo de funcionamento e financiamento.
Quisessem eles e era muito interessante.
Mas isso iria representar novos desafios de segurança, novas implementações e andarem sempre um passo atrás do pessoal com conhecimentos, génio e capacidade para colocar em prática ataques (não, não falo de script kiddies).
Ainda haveria um problema: quer queiramos quer não, uma nota de 1€ tem a sua respectiva contrapartida em ouro.
Uma moeda criptográfica... bem, os gajos do goldentown e os que estão por trás do XNF tentam que a contrapartida exista e seja também o eterno e seguro metal amarelo.
Se virmos bem, não seria impossível. Mas não seria pêra doce.
Por mim, acho que se devia era fazer uma concorrência inteligente à Western Union e companhia - O bitcoin enquanto meio de transmissão.
Pode (e deve) ser também usado em transacções: 1kg de bananas por 100 satochi (Dream on!!!) sem paridades com nenhuma moeda.
Nós, do tempo do escudo, ainda continuamos a fazer paridade entre o Euro e a defunta moeda!
E por favor, não observem o meu texto como um deitar abaixo de moeda nenhuma: raios, eu acredito nelas e estou cá! - mas como um ponto de reflecção.
Se precisarem, ainda tenho o meu calhamaço de Economia pelo Samuelson Nordhaus para estudarmos um bocadinho onde isto se poderia encaixar.
No fim, se a base legal existisse, já seria fácil convencer as pessoas a adoptar o sistema. Afinal de contas, ninguém se confunde com o cartão de crédito nem com outros sistemas de pagamento, certo? Mas somente porque existe uma base legal e um ou dois símbolos monetários por trás.
Bom seria a moeda nacional ser cunhada em nossas casas e servir para pagar as contas e os impostos, sendo a recompensa precisamente não termos custos acrescidos nas transacções.
Um sitio excelente para implementar seria nas escolas primárias e secundárias para pagamento do almoço, do bar, de propinas.
Mas acho que já me estou a alongar demais!!
Pensem nisso!