Curitiba recebe casa de câmbio; venda física já ocorre em NY e Londres.
São Paulo, Brasília e Florianópolis devem receber lojas até agosto.Criado para ser negociado pela internet, o bitcoin começa a sair do mundo dos computadores no Brasil. A casa de câmbio BitcoinToYou abre nesta terça-feira (17) a primeira loja física do país para comprar e vender a moeda virtual.
Localizada no centro de Curitiba, a casa de câmbio é a primeira do que pode ser uma franquia de lojas. Segundo André Horta, diretor-executivo da BitcoinToYou, até o fim de julho outras serão abertas em São Paulo, Brasília e Florianópolis.
Mesmo após o ceticismo que caiu sobre a moeda virtual após a falência de umas das maiores casas de câmbio, a Mt. Gox, em fevereiro de 2014, entusiastas do bitcoin começaram a tirar a compra e venda da internet e levá-la para as ruas. Em Nova York, os negociantes se reúnem na Bitcoin Center NYC, localizada em Manhattan. Londres também tem o seu ponto. Varsóvia, na Polônia, e Hong Kong, na China, também.
“O principal objetivo é levar o bitcoin para um ambiente fora da internet, para facilitar que as pessoas possam comprá-lo da mesma forma que se compra um produto em uma loja qualquer”, diz Horta. "Será similar a uma casa de câmbio. Só que não trabalharemos com moedas estrangeiras, mas com bitcoin.”
Para ajudar a explicar como funciona o sistema do bitcoin, os atendentes devem ser usuários. Uma das exigências para o franqueado é que ele já tenha adquirido algumas moedas.
Na loja, o cliente poderá vender ou comprar as moedas virtuais. Poderá pagar com dinheiro ou cartão de débito ou de crédito, além de optar por parcelar o pagamento em até seis. Após a transação, a quantia é transferida para a carteira virtual. Caso o cliente não tenha uma, ele receberá uma “paper wallet”, um impresso com o endereço de uma carteira que possui o saldo comprado.
Segundo Horta, a expectativa é movimentar 300 bitcoins por mês. Em comparação ao movimentado mensalmente pelo site da BitcoinToYou, de 800 bitcoins, as estimativas parecem otimistas. "O site não consegue suprir a demanda da compra com cartão e dinheiro", justifica Horta. Sem ser controlado ou regulado por qualquer governo, o bitcoin não passa pelo sistema de organizações financeiras, como bancos. Por isso, os sites que fazem a intermediação da compra e venda da moeda geralmente não permitem o uso de cartões de crédito ou débito.
Segundo Horta, algumas pessoas de Manaus já entraram em contato perguntando se poderiam comprar mais de 50 bitcoins com cartão de crédito, mesmo que para isso fosse necessário se deslocar até Minas Gerais. Natural de Betim, na região metropolitana da capital mineira Belo Horizonte, Horta acredita que a loja física também é uma oportunidade para estrangeiros negociarem suas moedas no Brasil. Isso porque os casas de câmbio on-line do país exigem uma conta corrente em banco brasileiro para efetuar uma transferência.