Esse é mais um livro que ainda não foi lançado e eu acabei de comprar. Só sai no mês que vem. Pela sinopse, parece que será outro livro muito bom de ler.
Sinopse:
O jornalista Cesar Calejon e o economista André Roncaglia somam esforços nesta análise detalhada da situação econômica e da temperatura política do Brasil no primeiro quarto do século XXI. Em Poder e desigualdade , vemos de perto como as complexas interações entre os poderes midiático, político e econômico moldam nossa sociedade, em um sistema intrincado que perpetua a sobreposição do interesse das elites aos da população.
Os autores explicam como as características específicas do desenvolvimento econômico do país deram origem ao “fazendão com cassino”, uma analogia reveladora de como o modelo extrativista colonial – atualizado pelo agronegócio e pela mineração – se aliou à financeirização da economia. Assim, observamos como a desregulação de um Estado fraco permite, por séculos, condições de exploração vexatórias. O resultado disso é que, nos dias de hoje, uma pequena classe de executivos tem ganhos exorbitantes sem sofrer contraposição da opinião pública, enquanto uma enorme massa de trabalhadores se precariza, perdendo direitos trabalhistas e tendo sua vida produtiva cercada pelo desemprego, pela informalidade e pelas plataformas digitais.
Esses efeitos práticos entre a expectativa de melhora de vida e o estrangulamento do nível de consumo geram impactos políticos contraditórios, uma vez que as demandas por mudanças se voltam contra a proteção da maioria esmagadora da população vulnerável. Por um lado, a onda de frustração é combustível para o crescimento da extrema direita, aumentando a pressão política que expõe o descrédito na democracia; por outro, as soluções colocadas à mesa são fortemente influenciadas pelos lobbies dos grupos elitistas, que culpam o Estado (e o cobram) pelas supostas perdas de seu domínio econômico – deixando intocados os ciclos de ganância, crise e fraude que marcam a história do capitalismo brasileiro.
Em Poder e desigualdade estão delineados os principais pontos de nosso infortúnio. Percebemos aqui como o “elitismo histórico-cultural” influencia as decisões em diferentes áreas de nossa vida pública, seja no afunilamento das opiniões. Com a adesão sem peias do jornalismo profissional aos discursos financeiros, seja na enclausura do poder público, quando os Três Poderes da República – Judiciário, Legislativo e Executivo – se encontram entrevados pelo acosso elitista, que, por sua vez, se empenha em sufocar todas as frestas de representação popular que ainda se encontram disponíveis.